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Trocar a palavra exclusão pela palavra oportunidade
21 de março de 2021

Confira o texto de Eduardo Sato, pai do Rafael Sato, do 3º ano do Ensino Fundamental I (Turma F31), que tem a Trissomia do 21.

No dia 21/03, é celebrado o dia Internacional da Síndrome de Down.

 

E o que é a Síndrome de Down ou Trissomia do 21, ou simplesmente T21? Para quem nunca ouviu falar, é uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais. Esse cromossomo extra aparece no par número 21, onde normalmente existem apenas dois. E aqui vem o primeiro importante esclarecimento: pessoas que têm a T21 não são doentes! A T21 não é uma doença e muito menos é contagiosa, mas sim uma alteração genética.

 

A data tem como objetivos dar ampla visibilidade aos direitos dessas pessoas, contribuindo para melhor informar a sociedade e combater o preconceito e a exclusão, além da conscientização sobre a importância da inclusão das pessoas com a Síndrome e Down, acreditando e dando-lhes oportunidades. É também a oportunidade de esclarecer algumas equivocadas definições ou titulações que são rotuladas para as pessoas com a T21. Uma delas é dizer, por exemplo, que “o Rafael é Down”: antes de tudo temos que lembrar que a pessoa é um indivíduo e não a deficiência.

 

“A Síndrome não nos define, nós não somos a deficiência. Todos nós somos pessoas e não podemos deixar que a condição genética ou características apareçam à frente”, como disse Dudu do Cavaco, primeiro músico com a T21 do Brasil.

 

Nesse caso, simplesmente dizemos que o Rafael tem Down ou tem a T21.

 

Rótulos

Um outro rótulo ainda muito usado para as pessoas com a T21 é que eles são incapazes de se desenvolver, ou seja, que não podem ser independentes, que não podem ser alfabetizadas, que não entendem o que as pessoas falam, que não podem ter uma profissão etc. Hoje, graças a Deus, esse “paradigma” tem caído por terra, vide os inúmeros exemplos que temos de pessoas que têm a T21 e que conseguiram vencer as dificuldades, os desafios, os preconceitos e hoje vivem uma vida como qualquer pessoa comum ou típica e, melhor, colaborando nesse incansável trabalho de conscientização, inclusão e informação, para mostrar o quanto as pessoas com a T21 são capazes.

 

E como é possível? Na minha humilde opinião, o primeiro passo é ACREDITAR neles e NÃO desistir nunca. Com dedicação, paciência e muito AMOR, fica mais leve e tudo flui de forma bem mais fácil e com excelentes resultados. E que se diga de passagem, são ingredientes básicos e necessários para o desenvolvimento e educação de qualquer criança, seja para aquela com alguma limitação ou deficiência quanto para as comuns ou típicas.

 

E por último, mas não menos importante, é dizer erroneamente que pessoas com a T21 não são normais. No mundo não existem “os normais” e “os anormais”: todos são seres humanos de igual valor, com características diversas, cada qual com seus problemas. Problemas? Afinal, qual a definição de problema para você? Ter uma deficiência é viver com algumas limitações, mas isso não significa que pessoas com deficiência são “coitadinhas”, pois pessoas com síndrome de Down se divertem, estudam, passeiam, trabalham, namoram, têm sentimentos e se tornam adultos como todo mundo: nascer com uma deficiência não é uma tragédia, nem uma desgraça, é apenas uma das características da pessoa; também não são “especiais” ou “um anjo que desceu do céu para iluminar a família”.

 

Desinformação

Quantas e quantas vezes nos deparamos com os seguintes comentários: “Eu também tenho um primo que tem o mesmo problema que o Rafael!”; “As crianças normais não têm dificuldade na fala como o Rafael que é Down”; “Coitadinho do Rafael, ele tem Síndrome de Down!”; “O Rafael é especial!!”. Aqui quero apenas deixar claro que não é uma crítica dizer que ele é especial, afinal seria uma injustiça com a Fabiana, minha outra filha, que não tem a T21 e que é tão especial quanto ao Rafa. O que não podemos confundir é a definição e entonação de como esse “especial” do Rafael é colocado. Sabemos, é claro, que ele necessita e necessitará de acompanhamentos diferenciados para seu bom desenvolvimento, como terapias e atividades adaptadas, porém isso não pode ser encarado como tratá-lo de forma diferente, excluindo-o, fazendo dele um “café-com-leite” ou desprezando-o.

 

Em resumo, o que todos precisam entender é que as pessoas com a T21 possuem sim suas limitações, cada qual com a sua, mas que, se forem respeitadas, amadas, estimuladas, incentivadas e principalmente incluídas, dando-lhes as devidas oportunidades, com certeza poderão mostrar seus potenciais com capacidade e produtividade.

 

“Vamos juntos trocar a palavra exclusão pela palavra oportunidade”, como diz Leonardo Gontijo, do Instituto Mano Down.




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